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Heleno Araújo é eleito vice-presidente mundial para a América Latina da IE

Secretário-Geral da Internacional da Educação (IE), David Edwards, do direito à educação apresentou panorama sobre garantia de direitos dos trabalhadores

Publicado: 30 Julho, 2024 - 17h44 | Última modificação: 31 Julho, 2024 - 12h48

Escrito por: Redação CNTE

Internacional da Educação
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A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) mantém sua representação pela América Latina na direção da Internacional da Educação. Nesta terça-feira (30), durante a eleição da nova presidência e do conselho executivo da IE, o professor e presidente da CNTE, Heleno Araújo, foi eleito para a vice -presidência Mundial para América Latina. O cargo era anteriormente ocupado pelo Secretário de Relações Internacionais da Confederação, Roberto Leão.

“Já há muitos anos a CNTE contribui mundialmente com o debate, a elaboração, as lutas e conquistas das políticas educacionais, sobre o direito à educação, a gestão democrática, a organização sindical, o financiamento da educação pública e a valorização da nossa categoria profissional”, relata Heleno.

“Com mais um mandato na Internacional da Educação, pretendo dar continuidade aos trabalhos realizados pelos que passaram neste posto, buscando avançar nos processos de elaboração, lutas e conquistas dos nossos direitos e pelo fortalecimento da democracia no mundo”, ele garante.

Resistência perante crises

A superação de dificuldades em meio a crises mundiais foi destaque na segunda-feira, 29, durante o 10º Congresso Mundial da Internacional da Educação (IE). No primeiro dia oficial de atividades do evento, o secretário-geral da IE, David Edwards, refletiu sobre as conquistas dos movimentos sindicais globais nos últimos cinco anos. Em meio a crises como a pandemia de Covid-19, emergências climáticas e guerras decorrentes ao crescente autoritarismo, ele destacou que os educadores conseguiram avançar na garantia do direito à educação, dos direitos dos trabalhadores e à democracia em todo o mundo.

“O fervor, o empenho e a dinâmica entre as nossas organizações membros são inegáveis, porque sabemos que este é o nosso tempo. Sabemos que sistemas educativos de qualidade, gratuitos e com bons recursos não são inevitáveis. Sabemos que professores altamente qualificados, equipe de apoio educativo e outros educadores não estão garantidos para todos os alunos em todas as turmas. É preciso lutar por isso e defendermos essa garantia. Mas posso dizer, nesta nossa quarta década como federação, que construímos o reconhecimento, a reputação e o poder ao mais alto nível para sermos uma força não só para a educação, mas para os valores dos direitos humanos e da democracia em todo o mundo”, afirmou Edwards.

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Entre as principais realizações da IE nos últimos anos, ele destacou o trabalho da federação durante o período de pandemia de Covid-19 e sua solidariedade além das fronteiras. Campanhas como a Go Public! Fund Education, a Teach for the Planet, as recomendações das Nações Unidas sobre a profissão docente, a mobilização global para a educação e justiça climática, além de outros compromissos firmados pela organização para a igualdade de gênero, equidade, e diversidade na educação foram enaltecidos na cerimônia.

Solidariedade em todas as crises

Em memória à ação dos educadores no mundo no período da pandemia, Edwards elogiou, reforçando que “tudo fechou, mas nós não. Mantemos viva a visão que defendemos todos os dias como professores e trabalhadores da educação - um lugar chamado escola; o símbolo vivo da resiliência e da ambição no coração das nossas comunidades”.

À altura dos desafios impostos pela pandemia, a união solidária para além das fronteiras também se fez presente.

“Em mais de 300 ocasiões, desde 2021 até hoje, nós nos reunimos virtualmente online, tanto com encontros individuais, em pequenos grupos, quanto em conferências regionais e globais, nos mantendo próximos em nossa missão e objetivo. Nenhuma organização global fora do setor da saúde primária esteve mais empenhada na resposta global à Covid do que a nossa federação”, destacou o dirigente sindical.

Segundo o dirigente, a mesma solidariedade se fez presente nos momentos em que os trabalhadores tiveram seus direitos negados. “Quando os direitos trabalhistas dos professores são retirados, os nossos valores de dignidade, humanidade, solidariedade, nos obrigam a defender a sua restauração”, disse ele, destacando as diversas ações de solidariedade em apoio aos profissionais da educação em Mianmar, Israel, Gaza, Ucrânia, Essuatíni, Turquia, Hong Kong, Bielorrússia, Filipinas, Uganda, Mali, Irã, Tanzânia, Argentina, Haiti e Afeganistão realizadas desde 2019.”

“Aqui na Argentina, acabamos de manifestar solidariedade para com os nossos colegas, os nossos anfitriões trabalhadores e acolhedores. Eles enfrentam uma inflação desenfreada, cortes salariais, pobreza crescente e, quando se manifestam, são confrontados com repressão, mentiras e ameaças pessoais. Mas eles não desistem, defendem os seus alunos, as suas comunidades e a sua nação. La patria no se vende!”, expressou David Edwards.

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Recomendações das Nações Unidas: Os educadores estão preparados para enfrentar o momento

Ainda em seu discurso, o secretário-geral aproveitou para salientar a importância das recomendações feitas no documento de Alto Nível das Nações Unidas sobre a Profissão Docente, as descrevendo como “uma grande conquista, talvez sem paralelo, em termos de resultados positivos para a política de professores internacionalmente”.

O documento foi solicitado pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, para abordar a escassez global de 44 milhões de professores.

Considerando-as históricas, David apontou que as recomendações refletem reivindicações sindicais antigas sobre diversas questões, que vão desde as qualificações dos professores até à remuneração, condições de trabalho, trabalho precário, bem-estar, respeito profissional e outras.

Entre as exigências, o documento construído faz um apelo para que os governantes garantam salários competitivos aos profissionais, exigindo um trabalho seguro, boas condições laborais com cargas horárias equilibradas. Outro ponto de importância foi a necessidade de mais investimento público na educação e a rejeição de medidas de austeridade.

Sindicatos da educação de todo o mundo tem levado as recomendações da ONU para as mesas de negociações, reforçando que os governos estejam cientes do novo consenso global sobre o que é necessário para garantir uma educação de qualidade. 

Para o secretário Geral da IE, agora é o momento dos educadores fazerem o enfrentamento, e encorajou as organizações membros da Internacional da Educação a transformarem as muitas oportunidades que o movimento sindical global da educação ganhou em ações decisivas. “Graças a vocês, continuamos tornando os nossos membros mais empenhados, os nossos sindicatos mais fortes, as nossas alianças mais poderosas e a nossa profissão mais forte todos os anos”, concluiu.