Seminário em Bissau reúne sindicatos lusófonos para fortalecer a educação pública
Educação pública nos países de língua portuguesa enfrenta grandes dificuldades, aponta Heleno Araújo
Publicado: 18 Julho, 2025 - 14h53 | Última modificação: 18 Julho, 2025 - 15h32
Escrito por: CNTE | Editado por: CNTE

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Heleno Araújo, está em Bissau, onde participa de uma agenda internacional até o dia 18 de julho. A visita ocorre durante a Cúpula dos Chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e conta com uma atividade paralela organizada pela Internacional da Educação (IE) e pela Confederação Sindical da Educação dos Países de Língua Portuguesa (CPLP-SE), no marco da campanha global “Pela Escola Pública: investir na educação”.
A programação inclui o seminário “Promovendo colaboração efetiva para reinventar a educação pública”, que reúne representantes sindicais dos países lusófonos para debater os desafios enfrentados pela educação pública e construir novas formas de cooperação com os governos. A ideia é criar uma agenda conjunta que fortaleça a educação como um direito e enfrente os desafios orçamentários, sociais e políticos comuns aos países da CPLP.
Heleno, que também é Secretário Geral da CPLP-SE, destacou o caráter do evento. “É a primeira vez que realizamos atividades paralelas à Cúpula da CPLP, com um debate profundo sobre a nossa pauta para os governos dos países de língua portuguesa. Também estamos conhecendo as instalações das escolas aqui em Bissau, estudando sua estrutura e condições de atendimento aos estudantes. Conhecer e estudar para melhorar: essa é a nossa intenção enquanto sindicato aqui na Guiné-Bissau e em todos os países onde atuamos.”
Heleno também apontou avanços e desafios do Brasil no cenário educacional. Segundo ele, a realização de conferências de políticas públicas é um instrumento importante para o diálogo social, mas ainda é necessário regulamentar a Convenção 151 da OIT, que trata da negociação coletiva e do direito de greve no setor público. “Para o movimento sindical, é fundamental essa regulamentação”, afirmou.
Heleno também ressaltou o papel da Conferência Nacional de Educação (CONAE) como ferramenta estratégica para a construção de um novo contrato social para a educação no Brasil, alinhado às metas do Plano Nacional de Educação (PNE). “É uma Lei em disputa, e estamos atuando para que a nova versão do PNE atenda às demandas populares”, disse.
Ao comentar a importância do seminário, ele destacou a integração entre continentes como um fator de fortalecimento das lutas locais. “Estarmos na Confederação Sindical Educação dos Países de Língua Portuguesa (CPLP-SE) tem grande importância, pois nos permite alinhar políticas educacionais em três continentes. Isso fortalece a luta em cada um dos nossos países, e o Brasil ganha com isso.”