CNTE e educadores acompanham resultado de pesquisa de avaliação formativa na Malásia
Educadoras, mediadores do projeto na UFMG e a secretária de Assuntos Educacionais da CNTE participaram da apresentação prévia de resultados da pesquisa aplicada em sete países
Publicado: 11 Novembro, 2024 - 15h19 | Última modificação: 11 Novembro, 2024 - 15h22
Escrito por: Redação CNTE
Nos dias 8 e 9 de novembro, a comitiva brasileira que integra a pesquisa de “Círculos de Aprendizagem Conduzidos pelo professor para Avaliação Formativa”, promovida pela Internacional da Educação (IE) e pelo Grupo de Estudos sobre Política Educacional e Trabalho Docente (GESTRADO/UFMG), e com apoio da CNTE no Brasil, desembarcou na capital da Malásia, Kuala Lumpur, no sudeste asiático, para a apresentação prévia dos resultados do estudo.
O encontro marcou o fim do período de um ano em que educadores/as de sete países (Coreia do Sul, Costa do Marfim, Gana, Malásia, Uruguai, Suíça e Brasil) se dedicaram a entender e a investigar os processos de avaliação da aprendizagem de estudantes das escolas públicas.
Durante 12 meses, o projeto de Avaliação Formativa desenvolveu um experimento com professores da educação básica pública dos sete países sobre a avaliação formativa dentro das escolas. Entre os objetivos, a pesquisa contrapõe os métodos avaliativos em larga escala a que profissionais da educação são submetidos, e busca desconstruir o sentido da avaliação como uma forma de punir as pessoas.
“Constatamos que todos os países enfrentam dificuldades para desenvolver o projeto. Entretanto, apesar de todos os desafios e realidades, eles conseguiram desenvolver e comprovar que é sim possível realizar uma avaliação formativa no espaço das escolas públicas”, relata a secretária de Assuntos Educacionais da CNTE, Guelda Andrade.
Além da dirigente, duas professoras brasileiras, Rosana Lucia Pereira de Moraes, do Distrito Federal, e Sibele da Silva Siegle, do Rio Grande do Sul, participaram da apresentação dos resultados da pesquisa.
“Foi uma experiência ímpar. Bom sabermos que, mesmo geograficamente distante, os/as profissionais/as da educação vivem as mesmas dificuldades, mas que a luta e a resistência são marcos de esperança. Gratidão à CNTE por tão grandiosa oportunidade”, celebrou Rosana.
O grupo brasileiro também contou com a presença dos mediadores do projeto, representantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Maíra Kascher Santos e Alexandre Duarte. Segundo Alexandre, o seminário de fechamento da pesquisa mostrou que o Brasil não é o único na luta por uma educação pública de qualidade, principalmente entre as nações do sul global.
“Compartilhar as experiências do projeto com os demais países demonstrou que temos muitas pautas em comum e uma forma de resistência semelhante, somando os esforços dos sindicatos e da academia na construção de uma agenda junto aos professores e professoras”, avaliou.
De acordo com Guelda, por meio do processo de avaliação formativa nas escolas públicas, é possível que os professores retomem a autonomia de suas salas de aula, tornando seus estudantes protagonistas do processo de construção do conhecimento.
Considerando que a maioria dos professores participantes atua nos anos iniciais da educação, com a alfabetização de crianças, a aplicação do projeto da avaliação formativa se dá pela escrita e leitura dos seus estudantes.
“O professor consegue dialogar com o estudante, para juntos construírem a melhor forma de aprender. Na avaliação formativa, é o professor que faz a análise da sua própria prática diária e pensa nas estratégias para que essa criança aprenda. Esse é um método de avaliação mais humano e diferente de outras metodologias em larga escala que não consideram o contexto, realidade social e território em que o aluno está inserido”, completa.