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Salário de professores do ensino fundamental no Brasil é 47% menor que média da OCDE

Levantamento feito pela OCDE aponta queda em investimentos para a educação de 2% a cada ano entre 2015 e 2021

Publicado: 12 Setembro, 2024 - 10h04

Escrito por: Redação CNTE

Agência Brasil
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O Brasil segue na lista de países que menos investem na educação. Segundo o relatório internacional Education at a Glance (EaG) 2024 da Organização Para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre 2015 e 2021, o investimento do país, da educação básica à superior, caiu em média 2% a cada ano. O documento foi divulgado nesta terça-feira, 10/9. Entre as outras 40 nações da OCDE, o Brasil está entre os dez que menos direcionam investimentos para este setor. 

O índice brasileiro vai na contramão de outros países, onde a destinação de recursos aumentou 2,1% em cada ano. Anualmente, o governo gasta em média R$ 20,5 mil com cada estudante do ensino público. Segundo o relatório da OCDE, esse valor corresponde a um terço dos que países ricos investem. 

Luxemburgo, Suíça e Noruega, que lideram o topo dos que mais investem na educação, chegam a gastar em média R$ 140 mil por ano com cada estudante. O Brasil está na 37ª posição da lista. 

Para o presidente da CNTE, Heleno Araújo, “a educação pública no Brasil é duramente atacada por uma parte minoritária da sociedade brasileira que concentra renda e não se importam com os pobres em nosso país" afirma.

Os professores brasileiros também são os que apresentam menores remunerações. O salário mínimo recebido dos educadores do Ensino Fundamental no Brasil é 47% menor que a média da OCDE.  

Segundo o relatório, enquanto os professores brasileiros trabalham em média 800 horas por ano, em outros países, os trabalhadores registram  706 horas. 

Para a reportagem do Jornal Nacional, que foi ao ar na terça-feira (10/9), o Ministério da Educação afirmou que houve uma redução nos gastos com educação entre os anos de 2018 e 2021, e que agora a pasta está conseguindo ampliar o valor do orçamento destinado para a educação. 

Segundo Heleno, além dos cortes de verba, no mesmo período, a educação também teve de lidar com ataques em todas as suas etapas. "Em todas as áreas, de 2016 a 2022, tivemos uma ação sistêmica de ataque à educação da creche à pós-graduação", diz.

"O governo Lula em 2023 e 2024 fez uma recuperação deste investimento em educação, mas ainda são valores insuficientes para garantir o acesso, a permanência e a conclusão dos estudos para todas as pessoas, e aplicar as leis que garantem a valorização dos/as trabalhadores/as em educação", completa.

Educação Infantil

Quanto à Educação Infantil, os investimentos do Brasil para esta etapa aumentaram. O valor do orçamento público para esta etapa, em relação ao Produto Interno Bruto, aumentou 29% entre 2015 e 2021. Investimento maior que a média da OCDE, que registrou um aumento de 9% no mesmo período. 

“A educação infantil tem recebido muita atenção nos últimos anos devido à sua importância, especialmente para crianças de famílias desfavorecidas”, diz o relatório.